domingo, 15 de abril de 2012

Palavras ao vento

   É a primeira vez que escrevo um conto e exponho, portanto, perdão os errinhos e a qualidade. Tomei a iniciativa devido a uma brincadeira entre blogueiras no facebook organizado por Garotas Dizem. Já tenho outro blog esse, mas o tema abordado é diferente. Vamos lá??





    Quando li a carta, meu coração parecia estar sufocando-me, impossibilitado de bater. Tantos sonhos, tantas alegrias desejadas e, com essas palavras que meus olhos recusavam-se a deixar de percorrer, tudo acabara.
     Conhecemo-nos através de um amigo em comum. Dificilmente eu aceitava o convite para ir a uma festa, no entanto, aceitei este em particular por duas razões: o aniversário desse amigo seria comemorado e meu coração parecia prever uma mudança na vida rotineira que levávamos.
     Lá estava ele, com ar de pouco interesse no que uma bela moça dizia. Não era de admirar aquela pose, ele era lindíssimo! Cumprimentei meu querido amigo aniversariante e sentei-me à mesa. Durante toda a festa, não falei com o rapaz interessante, mas descobri seu nome: Caio. Ao que parecia, era engenheiro petrolífero recém-formado e tinha grandes chances de ser chamado por uma empresa importante. Eu nem o conhecia e já ficava feliz com relação às vitórias dele. O que estava acontecendo comigo? Sempre fui considerada a que não se interessa por ninguém e aqui estava eu, toda derretidinha por um desconhecido!
    A festa terminou e éramos poucos os que ficaram. Quando fui despedir-me do anfitrião, Caio estava lá. Por educação, fomos apresentados e apertamos as mãos. Nesse momento, o mundo transformou-se para mim. Ele sorriu e se inclinou para um beijo no rosto. Percebi a tempo de não deixá-lo em situação constrangedora.
    Saindo do banheiro, dirigi-me ao estacionamento, afinal, não bebo e poderia dirigir sem problemas.Finalmente acho minha chave na bolsa e, ao olhar para o carro, vejo uma cena que me tira o fôlego! Alí, Caio. Aproximei-me, ainda sem saber o que estava acontecendo.
    Ele me cumprimentou, fomos a um café alí próximo e sentamos para conversar. Depois, trocamos telefones e então, tudo aconteceu.
    Foram dois anos de namoro. Dois. Ele dizia me amar, e eu fazia o mesmo, não para simplesmente ser recíproca, mas porque eu sentia o mesmo. Não havia um dia que eu estivesse cansada da presença dele. Perfeição era o adjetivo que melhor qualificava a minha vida.
    Há três meses, ele pediu-me em casamento. O momento mais mágico de todos, e, ao mesmo tempo, mais real! Sim, eu era real, aquilo era real! Os preparativos começaram e eu, empolgada, mais apaixonada do que nunca. Ele parecia estar da mesma forma. Parecia para mim, porque na verdade, havia algo de errado, só não consegui ver antes.
    A verdade só me abateu quando aquela carta chegara às minhas mãos e fora lida por mim. Era tão pequenina e clara, que a dor parecia aumentar, pois a esperança de um mal entendido não pairava sobre a minha mente e nem sobre o meu coração.
    "Renata, não posso mais. Você e eu tivemos momentos maravilhosos, porém, eu não posso unir-me a você pelos laços matrimoniais quando meu coração pertence a outra. Eu a conheci e me apaixonei. Foi quando pedi você em casamento, porque queria tentar reanimar meu amor por você, mas não foi possível. Eu já sentia que estávamos separados, mas fiz-me de cego e empurrei esse namoro que não dava certo.
     Perdão. Eu amo essa outra pessoa. Casarei-me com ela e acho que verei mais você. Vou viajar para o exterior, com ela.
    Adeus,
    Caio".
     Mas, se ele não me amava há tempos, porque continuou? Esse amor que ele sentia era de verdade? O meu era, ainda é. Seriam palavras ditas sem significado, da boca para fora?
     Palavras tem muito valor, elas encravam em nossas mentes e ficam alí, vindo à tona. de-se rasgar os papéis na qual foram escritas, mas elas não somem. Quando pronunciadas, não é só o conteúdo, mas as emoções que nos passam. Nem sempre, bons pensamentos. Podem machucar, doer mesmo. Palavras ao vento, são as piores.

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